Reflexões
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Um arqueiro seguia próximo
a um mosteiro hindu, conhecido por sua rigidez, quando viu os monges no
jardim, bebendo e se divertindo.
“Como são cínicos
aqueles que buscam o caminho de Deus”, disse em voz alta. “ Dizem que
a disciplina é importante, e se embriagam às escondidas!”
“Se você disparar 100
flechas seguidas, o que acontecerá com o seu arco?”, perguntou o mais
velho dos monges.
“Meu arco se quebrará”,
respondeu o arqueiro.
“Se alguém se esforça
além dos próprios limites, também quebra sua vontade”, disse o monge.
“Quem não equilibra trabalho com descanso, perde o entusiasmo, esgota
sua energia e não chega muito longe”.
(Paulo Coelho - O Que
Você Salvaria)
Daqui por diante - e por
algumas centenas de anos - o universo vai boicotar os preconceituosos.
A energia da terra
precisa ser renovada. as idéias novas precisam de espaço. O corpo e alma
precisam de novos desafios. O futuro bate à nossa porta, e todas as idéias
- exceto as que envolvem preconceitos - terão chance de aparecer. O que
for importante, ficará; o que for inútil, desaparecerá. Mas que cada um
julgue apenas as próprias conquistas: não somos juizes dos sonhos de
nosso próximo.
Para ter fé em nosso
caminho, não é preciso provar que o caminho do outro está errado. Quem
age assim, não confia nos próprio passos.
Paulo Coelho - Maktub
"Existem momentos
em que gostaríamos muito de ajudar determinada pessoa, mas não podemos
fazer nada. Ou as circunstâncias não permitem que nos aproximemos ou a
pessoa está fechada para qualquer gesto de solidariedade e apoio.
Então, nos resta o
amor. Nos momentos em que tudo o mais é inútil, ainda podemos amar –
sem esperar recompensas, mudanças, agradecimentos.
Se conseguimos agir
dessa maneira, a energia do amor começa a transformar o universo a nossa
volta. Quando essa energia aparece, sempre consegue realizar o seu
trabalho.
“O tempo não
transforma o homem. O poder da vontade não transforma o homem. O amor
transforma”, diz Henry Drummond."
Paulo Coelho - Livro de
Anotações II
Às vezes criticamos a
falta de fé dos outros. Não somos capazes de entender as circunstâncias
em que esta fé foi perdida, nem procuramos aliviar a miséria do nosso
irmão - que gera a revolta e a incredulidade no poder divino.
O humanista Rober Owen
(1771-1858) percorria o interior da Inglaterra falando de Deus. No século
XIX era comum usar a mão-de-obra infantil em trabalhos pesados e Owen
parou certa tarde em uma mina de carvão - onde um
garoto de 12 anos, subnutrido, carregava um pesado saco de minérios.
"Estou aqui para
ajudá-lo a falar com Deus", disse Owen.
"Muito obrigado,
mas não o conheço. Ele deve trabalhar em outra mina", foi a
resposta do garoto.
(Paulo Coelho –
Caderno de Anotações II)
Um dos mais poderosos
exercícios de crescimento interior consiste em prestar atenção às
coisas que fazemos automaticamente - como respirar, piscar os olhos ou
reparar nas coisas à nossa volta.
Sempre que fazemos isso
permitimos que nosso cérebro trabalhe com mais liberdade - sem a interferência
de nossos desejos. Dessa maneira, certos problemas, que pareciam insolúveis,
terminam sendo resolvidos, certas dores, que julgávamos insuperáveis,
terminam se dissipando sem esforço.
Quando você precisar
enfrentar uma situação difícil, procure usar essa técnica. Exige um
pouquinho de disciplina - mas os resultados são surpreendentes.
Um discípulo do mestre
zen Bankei foi pego roubando durante a aula. Todos os outros pediram a
expulsão dele, mas Bankei resolveu não fazer nada.
Dias depois, o aluno
voltou a roubar, e o mestre continuou calado. Inconformados, os outros
discípulos exigiram que o ladrão fosse punido, já que o mau exemplo não
podia continuar.
- Como vocês são sábios
– disse Bankei. - Aprenderam a distinguir
o certo do errado, e podem estudar em qualquer outro lugar. Mas
este pobre irmão não sabe o que é certo ou errado e só tem a mim para
ensiná-lo.
Os discípulos nunca
mais duvidaram da sabedoria e da generosidade de Bankei, e o ladrão nunca
mais tornou a roubar.
Paulo Coelho – Contos
do Alquimista
"Existe
uma obra de arte que nos foi destinada a criar. Ela é o ponto central de
nossa vida, e - por mais que tentemos nos enganar - sabemos como é
importante para a nossa felicidade. Geralmente esta obra de arte
está coberta por anos de medos, culpas, indecisões. Mas, se decidirmos
tirar essas aparas, se não duvidarmos da nossa capacidade, somos capazes
de levar adiante a missão que nos foi designada.
E esta é a única maneira de viver com honra."
Paulo Coelho ( Maktub)
E esta é a única maneira de viver com honra."
Paulo Coelho ( Maktub)
Um
profeta chegou certa vez a uma cidade para converter seus habitantes.A
princípio, as pessoas ficaram entusiasmadas com o que ouviam. Mas, pouco
a pouco, a rotina da vida espiritual era tão difícil que homens e
mulheres se afastaram, até que não ficou uma só alma para ouvi-lo.
Um
viajante, ao ver o profeta pregando sozinho, perguntou:
-
Por que continuas exaltando as virtudes e condenando os vícios? Não vês
que ninguém aqui te escuta?
-
No começo, eu esperava transformar as
pessoas. Se ainda hoje continuo pregando, é apenas para impedir que as
pessoas me transformem.
Paulo
Coelho - Doses de Sincronicidade
Quando
perguntaram ao abade Antonio se o caminho do sacrifício levava ao céu ,
este respondeu:
-
Existem dois caminhos de sacrifício. O primeiro é o do homem que
mortifica a carne, faz penitência, porque acha que estamos condenados.
Este homem sente-se culpado, e julga-se indigno de viver feliz. Neste
caso, ele não chega a lugar nenhum, porque Deus não habita a culpa...
“O
segundo é o do homem que, embora sabendo que o mundo não é perfeito
como todos queríamos que fosse, reza, faz penitencia, oferece seu tempo e
seu trabalho para melhorar o ambiente ao seu redor. Neste caso, a
Presença Divina o ajuda o tempo todo, e ele consegue resultados no
céu.”
Paulo
Coelho (Coleção Contos do Alquimista)
"O perdão é uma estrada de mão dupla. Sempre que
perdoamos alguém, estamos também perdoando a nós mesmos. Se somos
tolerantes com os outros, fica mais fácil aceitar nossos próprios erros.
A partir daí, sem culpa e sem amargura, conseguimos melhorar nossa
atitude diante da vida.
Pedro perguntou a Cristo: "Mestre, devo perdoar sete vezes
meu próximo?" E Cristo respondeu: "Não apenas sete, mas
setenta vezes". Quando - por fraqueza - permitimos que o ódio, a
inveja, a intolerância fiquem vibrando ao nosso redor, terminamos nos
consumindo nesta vibração. O ato de perdoar limpa o plano astral e nos
mostra a verdadeira luz da Divindade."
Paulo Coelho
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