quinta-feira, 31 de julho de 2014



                            A morte

Sobre essa estrada ilumineira e parda


dorme o Lajedo ao sol, como uma Cobra.


Tua nudez na minha se desdobra


— ó Corça branca, ó ruiva Leoparda.




O Anjo sopra a corneta e se retarda:


seu Cinzel corta a pedra e o Porco sobra.


Ao toque do Divino, o bronze dobra,


enquanto assolo os peitos da javarda.




Vê: um dia , a bigorna desses Paços


cortará, no martelo de seus aços,


e o sangue, hão de abrasá-lo os inimigos.




E a Morte, em trajos pretos e amarelos,


brandirá, contra nós, doidos Cutelose


as Asas rubras dos Dragões antigos.

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