quinta-feira, 9 de agosto de 2018



Os amigos
São tão amigos, que voltam.
São tão fraternos, que se unem.
São tão simples, que cativam.
São tão desprendidos, que doam.
São tão dignos, que amam, compreendem e perdoam.
São tão necessários, que sempre se fazem presentes.
São tão grandes, que se distinguem.
São tão dedicados, que edificam.
São tão preciosos, que se conservam.
São tão irmãos, que partilham.
São tão sábios, que ouvem, iluminam e calam.
São tão raros, que se consagram.
São tão frágeis, que fortalecem.
São tão importantes, que não se esquecem.
São tão fortes, que protegem.
São tão presentes, que participam.
São tão sagrados, que se perenizam.
São tão solidários, que esquecem de si mesmos.
São tão felizes, que fazem a festa.
São tão responsáveis, que vivem na verdade.
São tão fiéis, que esperam.
São tão unidos, que prosperam.
São tão amigos, que se eternizam.



Hoje participei de um almoço que reuniu os membros da minha família, das suas diversas ramificações e foi muito bom... mesmo não sabendo o que iria acontecer, sabia que, além da ótima comida, poderia encontrar pessoas que só vemos infelizmente me situações de enterros e velórios. Não estou sendo sarcástico, pessimista ou negativo, mas é que realmente nos enclausuramos dentro de nossas agendas (a minha é sempre algo...) e negligenciamos a uma das coisas que sempre pode nos dar suporte e nos proporcionar ótimos momentos: a nossa família. Revi meus tios, revi quase todos os meus primos, os filhos deles que nasceram e ainda não conhecia e a energia que rola nestes eventos é sempre muito boa.
Enfim, sigo o meu caminho e agradeço pela bela terra onde nasci, esse céu azul, esse ar ainda puro e pelas belas paisagens que contemplo quando passeio (mesmo que seja dentro da cidade), agradeço pela família onde nasci e pela família que pude escolher (que são os meus amigos), agradeço pela saúde que tenho e pelas oportunidade que tenho para cuidar dela, farei compras de natal, mas serei consciente como sempre, e tentarei exercitar meu espírito de humanidade como estou tentando todos os dias.
Acho que é isso. Se eu precisar escrever mais, outro post será feito.






LOUCOS E SANTOS
[Oscar Wilde]

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.


AMANHà[Guilherme Arantes]

Amanhã será um lindo dia

Da mais louca alegria

Que se possa imaginar


Amanhã, redobrada a força
Pra cima que não cessa

Há de vingar


Amanhã, mais nenhum mistério

Acima do ilusório

O astro rei vai brilhar


Amanhã a luminosidade

Alheia a qualquer vontade

Há de imperar, há de imperar


Amanhã está toda a esperança

Por menor que pareça

O que existe é pra festejar

Amanhã, apesar de hoje

Ser a estrada que surge

Pra se trilhar


Amanhã, mesmo que uns não queiram

Será de outros que esperam
Ver o dia raiar


Amanhã ódios aplacados

Temores abrandados

Será pleno, será pleno.



Mesmo que o mundo caísse
E sobre nós explodisse
Destruindo o que era nosso,
EU POSSO!

Mesmo que eu me desabasse
E nada mais me sobrasse
Se não ver tudo em destroço,
EU POSSO!

Mesmo que abismos medonhos
Enterrem todos os meus sonhos
Nas profundezas de um fosso,
EU POSSO!

Mesmo que todas pessoas
Neguem minhas coisas boas,
Nem por isso eu me alvoroço,
EU POSSO!

Mesmo que a fome do mundo
Caia em mim neste segundo,
Ainda assim hoje eu almoço,
EU POSSO!

Mesmo que a minha doença
Seja grave, de nascença,
Pelo poder do Pai-Nosso
EU POSSO!

Mesmo que um grande fracasso
Queira barrar o meu passo,
Eu não paro e não acosso,
EU POSSO!

Mesmo que eu seja um vencido
Muito cedo envelheço,
Eu subo, eu sigo, eu remoço,
EU POSSO!

Eu posso renascer agora,
Eu posso refazer a aurora....
Eu posso iluminar o meu caminho,
Eu posso dar a mão ao meu vizinho...

Eu posso beijar o esfarrapado
Como beijo as flores deste prado...
Eu posso ter um mundo de riqueza
Eu posso ver a Deus na natureza....

Eu posso encher de amor o coração,
E fazer desta vida uma canção....
Eu posso - e sei que eu preciso -
Fazer da vida um paraíso...

Eu posso - é a FORÇA da energia
Que explode em mim e se irradia...
Eu posso - é a oração da Divindade
Que produz em mim a realidade....

Eu posso erguer os olhos para o céu
E ver tudo branco como um véu....
Eu posso reconstruir a minha casa
Eu posso ter tudo o que me apraza....

Eu posso renovar a minha saúde,
Pois na vida não há nada que não mude...
Eu posso - é a oração bendita
Da minha força infinita!

Eu posso perdoar meu inimigo
Porque vem a mim tudo o que eu bendigo
Eu posso fazer da vida uma festa
Por todo o tempo que me resta.

EU POSSO! EU POSSO! EU POSSO!
Porque este mundo é todo nosso!


"Aos amigos que emprestam vozes aos meus silêncios.

Martin Buber, grande nome da Filosofia Personalista, dizia que do encontro entre duas pessoas sempre nasce uma terceira.
A terceira pessoa é uma forma de derramamento de tudo o que nos sobra, e que pela força do encontro fazemos aflorar.
Esse é um princípio simples, por meio do qual podemos explicar as regras de nossos amores. O que gostamos uns nos outros é tudo aquilo que antes era solidão em nós e que depois, pela força do encontro, é iluminado, multiplicado e maravilhosamente partilhado.
Amigos são assim. São pessoas que se multiplicam.
A experiência poética de alguma forma também passa pela mesma regra dos encontros que multiplicam realidade.
O poeta, ao viver o assombro de tudo o que lhe encanta, amplia o que vê, e nisso está a grandeza de seu ofício. Aos poetas cabem a missão de dilatar os significados do mundo.
É nesse ponto que amigos e poetas são iguais. Ambos possuem o dom de retirar a vida da singularidade, tornando-a plural.
Que seja sempre assim: poetas e amigos sejam multiplicados, esparramados por todos os cantos do mundo."

[Fábio de Melo]

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A vida é curta demais

Ontem à noite fui na formatura de uma prima, tanto na cerimônia solene quanto na festa e achei tudo muito legal...
Por vários motivos. Em parte porque eu adoro formaturas (acho o momento único, uma conquista, um símbolo de vitória, mais bonito inclusive do que pomposos casamentos e fúteis bailes de debutantes...), em parte porque posso rever pessoas da minha família (alguns parentes não se vêem com freqüência) e, principalmente, porque a festa estava maravilhosa (comida boa e música boa) e pude ver meu pai numa situação bem tranqüila em termos de saúde psíquica... conversei com ele durante um bom tempo, achei-o mais sereno e parece-me que está conseguindo vencer seus conflitos internos. Deus permita que tudo isso continue acontecendo e que o ilustre cidadão realmente fique bom.
Dormi maravilhosamente bem, almocei com minha mãe, encontrei um balaio de conhecidos no restaurante (pessoas que não via há um bom tempo...), fui no supermercado e me peguei analisando a letra da música Life is too short, dos Scorpions (banda alemã que canta uma música cuja letra eu postei ontem) tocando no rádio...

O refrão dela diz que "eu corro porque a vida é curta demais..."
E vi que este refrão se adapta como uma luva para mim. Sei que ainda sou jovem, sei que mesmo jovem já tenho uma caminhada considerável em vários aspectos e sei também que é necessário continuar e ir além, provando para mim mesmo que é possível!
E que realmente tenho muitos planos e pressa para realizar todos eles.
É a corrida...
Deixo-lhes a letra da música para análise, se lhes for de interesse.
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O TAMANHO DAS PESSOAS
[William Shakespeare]

Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...

Uma pessoa é enorme para ti, quando fala do que leu e viveu, quando te trata com carinho e respeito, quando te olha nos olhos e sorri .

É pequena para ti quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amor

Uma pessoa é gigante para ti quando se interessa pela tua vida, quando procura alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto contigo. E pequena quando se desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.

Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos da moda.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande... é a sua sensibilidade, sem tamanho..
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SAUDADE
[Chrystian e Ralf]

Você sempre fez os meus sonhos
Sempre soube do meu segredo
Isso já faz muito tempo
Eu nem me lembro quanto tempo faz
O meu coração não sabe contar os dias
A minha cabeça já está tão vazia
Mas a primeira vez
Ainda me lembro bem
Talvez eu seja no passado mais uma página
Que foi do seu diário arrancada
Sonho, choro e sinto
Que resta alguma esperança
Saudade, quero arrancar essa página
Da minha vida
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AMOR É PROSA, SEXO É POESIA-parteII
[Arnaldo Jabor]

Sábado, fui andar na praia em busca de inspiração para meu artigo de jornal. Encontro duas amigas no calçadão do Leblon:
- Teu artigo sobre amor deu o maior auê... – me diz uma delas.
- Aquele das mulheres raspadinhas também... Aliás, que você tem contra as mulheres que barbeiam as partes? – questiona a outra.
- Nada... – respondo. – Acho lindo, mas não consigo deixar de ver ali nas partes dessas moças um bigodinho sexy... não consigo evitar... Penso no bigodinho do Hitler, do Sarney... Lembram um sarneyzinho vertical nas modelos nuas... Por isso, acho que vou escrever ainda sobre sexo...
Uma delas (solteira e lírica) me diz:
- Sexo e amor são a mesma coisa...
A outra (casada e prática) retruca:
- Não são a mesma coisa não...
Sim, não, sim, não, nasceu a doce polêmica ali à beira-mar. Continuei meu cooper e deixei as duas lindas discutindo e bebendo água-de-coco. E resolvi escrever sobre essa antiga dualidade: sexo e amor. Comecei perguntando a amigos e amigas. Ninguém sabe direito. As duas categorias trepam, tendendo ou para a hipocrisia ou para o cinismo; ninguém sabe onde a galinha e onde o ovo. Percebo que os mais “sutis” defendem o amor, como algo “superior”. Para os mais práticos, sexo é a única coisa concreta. Assim sendo, meto aqui minhas próprias colheres nesta sopa.
O amor tem jardim, cerca, projeto. O sexo invade tudo isso. Sexo é contra a lei. O amor depende de nosso desejo, é uma construção que criamos. Sexo não depende de nosso desejo; nosso desejo é que é tomado por ele. Ninguém se masturba por amor. Ninguém sofre de tesão. O sexo é um desejo de apaziguar o amor. O amor é uma espécie de gratidão a posteriori pelos prazeres do sexo.
O amor vem depois, o sexo vem antes. No amor, perdemos a cabeça, deliberadamente. No sexo, a cabeça nos perde. O amor precisa do pensamento.
No sexo, o pensamento atrapalha; só as fantasias ajudam. O amor sonha com uma grande redenção. O sexo só pensa em proibições: não há fantasias permitidas. O amor é um desejo de atingir a plenitude. Sexo é o desejo de se satisfazer com a finitude. O amor vive da impossibilidade sempre deslizante para a frente. O sexo é um desejo de acabar com a impossibilidade. O amor pode atrapalhar o sexo. Já o contrrário não acontece. Existe amor sem sexo, claro, mas nunca gozam juntos. Amor é propriedade. sexo é posse. Amor é a casa; sexo é invasão de domicílio. Amor é o sonho por um romântico latifúndio; já o sexo é o MST. O amor é mais narcisista, mesmo quando fala em “doação”. Sexo é mais democrático, mesmo vivendo no egoísmo. Amor e sexo são como a palavra farmakon em grego: remédio e veneno. Amor pode ser veneno ou remédio. Sexo também – tudo dependendo das posições adotadas.
Amor é um texto. Sexo é um esporte. Amor não exige a presença do “outro”; o sexo, no mínimo, precisa de uma “mãozinha”. Certos amores nem precisam de parceiro; florescem até mas sozinhos, na solidão e na loucura. Sexo, não – é mais realista. Nesse sentido, amor é uma busca de ilusão. Sexo é uma bruta vontade de verdade. Amor muitas vezes e uma masturbação. Seco, não. O amor vem de dentro, o sexo vem de fora, o amor vem de nós e demora. O sexo vem dos outros e vai embora. Amor é bossa nova; sexo é carnaval.
Não somos vítimas do amor, só do sexo. “O sexo é uma selva de epiléticos” ou “O amor, se não for eterno, não era amor” (Nelson Rodrigues). O amor inventou a alma, a eternidade, a linguagem, a moral. O sexo inventou a moral também do lado de fora de sua jaula, onde ele ruge. O amor tem algo de ridículo, de patético, principalmente nas grandes paixões. O sexo é mais quieto, como um caubói – quando acaba a valentia, ele vem e come. Eles dizem: “Faça amor, não faça a guerra”. Sexo quer guerra. O ódio mata o amor, mas o ódio pode acender o sexo. Amor é egoísta; sexo é altruísta. O amor quer superar a morte. No sexo, a morte está ali, nas bocas... O amor fala muito. O sexo grita, geme, ruge, mas não se explica. O sexo sempre existiu – das cavernas do paraíso até as saunas relax for men. Por outro lado, o amor foi inventado pelos poetas provinciais do século XII e, depois, revitalizado pelo cinema americano da direita cristã. Amor é literatura. Sexo é cinema. Amor é prosa; sexo é poesia. Amor é mulher; sexo é homem – o casamento perfeito é do travesti consigo mesmo. O amor domado protege a produção. Sexo selvagem é uma ameaça ao bom funcionamento do mercado. Por isso, a única maneira de controla-lo é programa-lo, como faz a indústria das sacanagens. O mercado programa nossas fantasias.
Não há saunas relax para o amor. No entanto, em todo bordel, FINGE-SE UM “AMORZINHO” PARA INICIAR. O amor está virando um “hors-d’oeuvre” para o sexo. O amor busca uma certa “grandeza”. O sexo sonha com as partes baixas. O PERIGO DO SEXO É QUE VOCÊ PODE SE APAIXONAR. O PERIGO DO AMOR É VIRAR AMIZADE. Com camisinha, há sexo seguro, MAS NÃO HÁ CAMISINHA PARA O AMOR. O amor sonha com a pureza. Sexo precisa do pecado. Amor é o sonho dos solteiros. Sexo, o sonho dos casados. Sexo precisa da novidade, da surpresa. “O grande amor só se sente no ciúme” (Proust). O grande sexo sente-se como uma tomada de poder. Amor é de direita. Sexo, de esquerda (ou não, dependendo do momento político. Atualmente, sexo é de direita. Nos anos 60, era o contrário. Sexo era revolucionário e o amor era careta). E por aí vamos. Sexo e amor tentam mesmo é nos afastar da morte. Ou não; sei lá... e-mails de quem souber para o autor.
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AMOR É PROSA, SEXO É POESIA

Olha, o Arnaldo Jabor não leva meu cérebro pra onde ele quer, acho o cara um ótimo agitador, que pode dar aquela sacudida necessária para que caiam os frutos podres das nossas árvores de trabalho, vida pessoal, estudos, hábitos, além de política, economia, governos, etc., mas obviamente não concordo com tudo o que ele escreve.

Também não tenho por hábito fomentar debates acalorados sobre qualquer interesse mas, se entro num deles, mergulho de cabeça e defendo minhas idéias com todos os meus argumentos!

No texto abaixo, o Jabor fala sobre amor e sexo. Eu não sei se a música da Rita Lee veio antes, depois ou se foi lançada mais ou menos junto com este texto (que pertence ao livro de crônicas homônimo, escrito pelo autor), mas mesmo não concordando com tudo o que ele traz, acho válido publicá-lo na íntegra e deixar cada um tirar suas próprias conclusões acerca de questões de foro tão íntimo, pessoal e privado...
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TEMPO AFORA
[Fred Martins / Marcelo Diniz]

Onde mora a ternura,
onde a chuva me alaga,
onde a água mole perfura,
dura pedra da mágoa,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora.
Quando o carinho acontece, quando a garoa é macia,
e se cura e se esquece,
a dor num canto vazio,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora.
Onde a alma se lava,
aonde o corpo me leva,
onde a calma se espalha,
onde o porto me espelha,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora.
Quando me lembro de tudo, quando me visto de nada,
e me chove e descubro,
quanto você me esperava
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora.

MESES DO ANO