Maduro
“O amor
maduro não é menor em
intensidade. Ele é apenas quase silencioso.
Não é menor
em extensão. É mais definido, colorido e
poetizado.
Não carece de
demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa
de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.
O amor maduro
somente aceita viver os problemas da felicidade.
Problemas da
felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer. Problemas da
infelicidade não interessam ao amor maduro.
O amor maduro
cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão. Basta-se com o todo do
pouco. Não precisa nem quer nada do muito.
Está
relacionado com a vida e a sua incompletude, por isso é pleno em cada Ninharia por
ele transformada em paraíso.
É feito de
compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma
adulta de ser sublime e criança.
O amor maduro
não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber.
É a forma
sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança.
O amor maduro
não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber.
Teme, sim.
Porém, não faz do temor, argumento. Basta-se com a própria existência.
Alimenta-se
do instante presente valorizado e importante, porque é redentor de todos os equívocos
do passado.
O amor maduro
é a regeneração de cada erro. Ele é filho da capacidade de crer e continuar, é
o sentimento que se manteve mais forte depois de todas as ameaças, guerras ou
inundações existenciais com epidemias de ciúme.
O amor maduro
é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada
pessoa.
Ele vive do
que não morreu mesmo tendo ficado para depois. Vive do que fermentou criando
dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados cheios de
sementes.
Ele não pede,
tem. Não reivindica, consegue. Não persegue, recebe. Não exige, dá. Não
pergunta, adivinha.
Existe, para
fazer feliz. Só teme o que cansa, machuca ou desgasta”.
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