quarta-feira, 21 de outubro de 2015

pelos caminhos que ando 
um dia vai ser 
só não sei quando 

Pergunte ao pó 
Cresce a vida 
Cresce o tempo 
Cresce tudo 
E vira sempre 
Esse momento 
Cresce o ponto 
Bem no meio 
Do amor seu centro 
Assim como 
O que a gente sente 
E não diz 
Cresce dentro 
Razão de Ser 
Escrevo. 
E pronto. 
Escrevo porque preciso, 
Preciso porque estou tonto. 
Ninguém tem nada com isso. 
Escrevo porque amanhece, 
E as estrelas lá no céu 
Lembram letras no papel, 
Quando o poema me anoitece. 
A aranha tece teias. 
O peixe beija e morde o que vê. 
Eu escrevo apenas. 
Tem que ter por quê? 
Retrato de lado 
retrato de frente 
de mim me faça 
ficar diferente 
Segundo consta 
O mundo acabando, 
Podem ficar tranquilos. 
Acaba voltando 
Tudo aquilo. 
Reconstruam tudo 
Segundo a planta dos meus versos. 
Vento, eu disse como. 
Nuvem, eu disse quando. 
Sol, casa, rua, 
Reinos, ruínas, anos, 
Disse como éramos. 
Amor, eu disse como. 
E como era mesmo? 
Sem Budismo 
Poema que é bom 
acaba zero a zero. 
Acaba com. 
Não como eu quero. 
Começa sem. 
Com, digamos, certo verso, 

veneno de letra, 
bolero, Ou menos. 
Tira daqui, bota dali, 
um lugar, não caminho. 
Prossegue de si. 
Seguro morreu de velho, 
e sozinho.
Paulo Leminski

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