quinta-feira, 11 de abril de 2019

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Quer saber de uma coisa? 
Tudo pode ser bom, ruim e principalmente assim assim. 
Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem. 
Bom é chegar na praia à tardinha, anúncio de por de Sol, a água de ondas mansinhas. 
Jogar bola na espuma e sob o céu encaixa como se fora Tafaréu. 
É bom também quando começa a chover e as gotas fazem cócegas na superfície do mar.
Como se um cardume infinito prometesse matar a fome de todo o Vidigal, Rocinha, Cidade de Deus e Vigário Geral. 
Ruim é lembrar daquele amigo que de prancha na mão morreu de um beijo roubado de um raio, da lembrança a correria.
O medo... o medo... medo é bom, ruim é o medo de ter medo! 
Bom voltar trocar chuva por chopp e passar atrás da pelada.
A bola vai pra fora e como na crônica de Rubem Braga sobra pra você. 
Que mata no peito faz embaixadinha e devolve redondo... 
Num chute perfeito. 
Ruim é a fisgada na coxa sair mancando disfarçadamente...
A vergonha de ta decadente não é ruim, ruim é o orgulho que se nega a reconhecer a decadência. 
É bom a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar.
E nesse lugar você tem uma obrigação sem graça que cumpre com estilo e precisão traçando um dia perfeito no arco do tempo. 
Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade, ruim é não ter saudade, e como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você.
Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar.
O fim de um grande amor é muito, muito ruim, um grande amor não tem fim! 
Bom é amar, ruim é amar... 
Bom é encarar a vida com fantasia. 
Quando um poeta desaparece é bom colocar chapéu de Bogar que tudo pode solucionar... 
Ruim é encontrar o precipício, morrer não deve ser tão ruim assim... 
E pode ser bom falar sobre bom e ruim, e pode ser pior assim assim... Bom!
Pedro Bial

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