"Aos amigos que emprestam vozes aos meus silêncios.
Martin Buber, grande nome da Filosofia Personalista, dizia que do encontro entre duas pessoas sempre nasce uma terceira.
A terceira pessoa é uma forma de derramamento de tudo o que nos sobra, e que pela força do encontro fazemos aflorar.
Esse é um princípio simples, por meio do qual podemos explicar as regras de nossos amores. O que gostamos uns nos outros é tudo aquilo que antes era solidão em nós e que depois, pela força do encontro, é iluminado, multiplicado e maravilhosamente partilhado.
Amigos são assim. São pessoas que se multiplicam.
A experiência poética de alguma forma também passa pela mesma regra dos encontros que multiplicam realidade.
O poeta, ao viver o assombro de tudo o que lhe encanta, amplia o que vê, e nisso está a grandeza de seu ofício. Aos poetas cabem a missão de dilatar os significados do mundo.
É nesse ponto que amigos e poetas são iguais. Ambos possuem o dom de retirar a vida da singularidade, tornando-a plural.
Que seja sempre assim: poetas e amigos sejam multiplicados, esparramados por todos os cantos do mundo."
[Fábio de Melo]
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